ESTE É UM BREVE HISTÓRICO DE UMAS DAS BANDAS DE MÚSICA MAIS POPULARES QUE EXISTIRA NA HISTÓRIA DE AURORA. A BANDA DE MÚSICA SENHOR MENINO DEUS
ANOS
80
FOI
PLANTADA A SEMENTE
A Banda de Música Sr. Menino Deus, nasceu de
um sonho do então pároco Francisco França, compartilhado com Sebastião Tavares
da Cruz (Didi Tavares), que na época era o vice-diretor do Colégio Paroquial, Josenir Dantas, coordenador do Colégio
Paroquial na época e Luiz Domingos de Luna, professor. Em meados de 1981, o
padre, junto com seus companheiros não mediram esforços para conseguir para a
cidade de Aurora bens imateriais, aos quais estavam incluídos instrumentos para
montar uma banda de música.
Finalmente o recurso foi conseguido, através
de uma fundação na Alemanha, de nome Misere, que se dispôs a arcar com todas as
despesas iniciais para realização do objetivo.
MIGUEL
FERNANDES
Apesar do início de tudo ter sido em 1981,
apenas em 1982 que chegaram os instrumentos e foi dado início ao projeto de
iniciação da banda de música. O primeiro a vir, na tentativa de preparar os
músicos foi o maestro Miguel Fernandes, chegou com o dever de preparar a banda
de música, que inclusive teve o primeiro nome em sua homenagem: Banda Musical
Maestro Miguel Fernandes. O mesmo Empregou diversos hinos militares e alguns
dobrados, porém seu tempo de trabalho em Aurora foi curto, apenas seis meses, pois
não conseguiu se adaptar, principalmente pela dificuldade que a paróquia tinha
por falta de recursos, fazendo assim com que fosse
preciso ser chamado outro maestro.
O maestro Miguel Fernandes com tais
dificuldades migrou para a cidade de Acopiara-CE, onde por lá se fixou e
inclusive compôs o hino oficial do município.
Para suprir as necessidades, músicos
experientes, como Josenir Dantas gentilmente ficaram a conduzir ensaios enquanto
a Paróquia não achava outro maestro.
ESMERINDO
CABRINHA
Foi numa apresentação em Aurora, mais precisamente
na comemoração de um título de cidadão aurorense, dado ao empresário da Viação
Brasília, Sr. Raimundo Ferreira, que a população de Aurora veio a conhecer a
Banda Feminina da Prefeitura de Cajazeiras, e conseguinte conheceram seu
maestro, de nome: Esmerindo Cabrinha. A banda foi trazida pelo homenageado.
O maestro se destacou pela apresentação da
banda, chamando assim a atenção do Pe. Francisco França, que logo após a
apresentação articulou a vinda do maestro para guiar a agora então chamada
Banda de Música Sr. Menino Deus.
O maestro, que era da cidade de Cajazeiras,
estado da Paraíba. Com sua simplicidade, humildade e amor a música conseguiu
implantar educação musical e fazer com que diversos jovens entrassem de vez
para o mundo da música.
O maestro Esmerindo Cabrinha ao longo de sua
jornada como maestro da Banda de Música Sr. Menino Deus sofreu algumas
dificuldades, a principal foi a dificuldade de pagamento, que inclusive levou o
mesmo a ficar meses sem receber. Apesar disso o maestro não abandonou a banda
de música, e mesmo sem receber se dispôs a vir trabalhar normalmente.
Esmerindo Cabrinha formou uma banda que se
tornou respeitada pela crítica musical da região. Uma banda harmoniosa e
disciplinada, ao qual o nível de excelência era alto. A sua popularidade também
era alta, Esmerindo Cabrinha amava a cidade de Aurora e a considerava sua
segunda casa. Tal amor lhe resultou em um merecido título de cidadão aurorense.
IDEMÁRIO, UM BRAÇO FORTE NA HISTÓRIA
Para resolver tal problema a banda precisou
de ajuda financeira, que foi dada pelo advogado Idemário Tavares, vindo a pagar
mensalmente ao maestro por um tempo estabelecido o seu salário. Isso fez com
que o maestro não precisasse ir embora, uma vez que não era vontade do mesmo
que acontecesse isso.
Idemário Tavares sempre se mostrou um braço
forte e incentivou por muitas vezes a elevação do valor sócio-musical da banda
de música. Sempre ajudando no que mais precisasse. Fardas, partituras, salário
do maestro Esmerindo Cabrinha e o principal: o valor estabelecido aos músicos.
A
IDA DO PE. FRANÇA
Foi no dia 10 de junho de 1987 que o Pe. França
partiu. Mas sua inteligência, sabedoria e visão do futuro são imortais. Padre
Francisco França foi um visionário, um homem a frente do seu tempo, que
contribuiu para que a cidade de Aurora deixasse seus traços ruralistas e
abrisse os braços para o desenvolvimento cívico, urbano e imaterial.
Não apenas na música houve interferência
positiva do Padre Francisco França, mas em todos os âmbitos sociais. Bem feitor
da educação, da cultura, do desenvolvimento, da civilidade. Sua ousadia foi um
marco, sua sabedoria um ingresso para a eternidade no tempo.
Padre Francisco França marcou uma época,
marcou vidas.
ANOS
90
ATÉ
QUE A MORTE NOS SEPARE
O grande maestro dessa vez não tivera
escolha, se foi para nunca mais voltar. No dia 24 de Janeiro de 1999 Aurora
perdia o seu maior educador musical. Esmerindo
Cabrinha deixou várias composições de dobrados que serviam para homenagear
pessoas importantes para o meio musical, alguns dobrados compostos foram:
Dobrado Joaquim Paulino, Dobrado Pe. França, Dobrado Didi Tavares, Dobrado
Idemário Oliveira, Dobrado Luiz Domingos, Dobrado 101, além de arranjo feito
para o Hino do Centenário. Vários “discípulos”, mas o que o maestro deixou de
principal foi o valor da música, disciplina, determinação, compromisso e
harmonia plantadas no coração de que passou por ele.
MAESTRO
PAULINHO
Com a morte do maestro Esmerindo Cabrinha,
quem veio a suceder-lhe foi o maestro Paulinho. O mesmo ficou pouco tempo na
banda, abrindo assim espaço para um novo maestro.
ANOS
2000
LUIS
MARCOS (LULA)
Sucedendo o maestro Paulinho quem veio a
assumir a banda foi o até então trompetista e integrante da banda, Luis Marcos,
mais conhecido como Lula.
O mesmo contou com o apoio de todos os
integrantes e deu continuidade ao trabalho de seus antecessores. Com muita
dificuldade, principalmente pelo pesar da perda do mestre, mas com muito
talento e ousadia Lula conseguiu montar uma banda que se destacou na região,
fazendo com que fossem contemplados em vários concursos de bandas de música. Montando
assim uma coleção de troféus, medalhas e premiações em dinheiro, sempre
representando o Colégio Paroquial, mostrando o talento dos músicos integrantes,
mas principalmente levando o nome do município de Aurora para os quatro cantos
do nordeste.
O
DECLÍNIO
A falta de recursos por parte do
Colégio Paroquial e a falta de apoio externo fez com que houvesse um declínio
que ocasionou no fim da banda de música. A banda não podia contar mais com um
local para ensaios, manutenção para instrumentos, materiais como: óleos,
palhetas, aquisição de fardas, muito menos com gratificações para os músicos.
Tudo isso exige um alto investimento que o Colégio não podia proporcionar. Por
conta disso, no ano de 2009 deu-se fim a uma história de muita luta, inclusão
sócio-cultural e educação musical na terra do Menino Deus.
Não deixarmos a banda morrer é não deixarmos
o maestro Esmerindo Cabrinha, assim como o Pe. Francisco França e o esforço e
amor atribuído a banda de música durante esse tempo todo morrer. É não deixar
que a música acabe, uma vez que a banda de música, para os músicos numa cidade
faz o papel da mãe para o mundo: gera os filhos. E sem uma banda de música, não
se pode nascer mais filhos (músicos) adeptos a uma educação musical correta,
crítica e disciplinada.
Wagner Layb Luna Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Faça um comentário consciente e construtivo! Obrigado!